Você já se incomodou com o barulho do escapamento de uma moto que passou perto de você? Muitas pessoas se sentem assim, pois alguns motociclistas modificam o sistema de escapamento das suas motos para deixá-las mais ruidosas.
Essas modificações podem ser desde a colocação de “estraladores”, que são dispositivos que provocam estouros no escapamento, até a retirada do silenciador original e a colocação de um simples cano de metal, que faz um som ensurdecedor. Mas você sabe se isso é permitido pela lei? E quais são as consequências de andar de moto com o escapamento só no cano?
A lei do silêncio
A resposta é não, essa prática não é legal. Todas as motocicletas novas, fabricadas ou importadas para o Brasil, devem seguir as normas do Programa Nacional de Controle de Ruído Veicular, que define os limites máximos de ruído para todos os tipos de veículos, incluindo as motos, vendidos no Brasil.
Para as motocicletas, os limites variam de 75 a 80 decibéis, dependendo da cilindrada e da velocidade. Os fabricantes precisam comprovar que os seus modelos atendem a essas normas antes de comercializá-los no país. Isso significa que as motos saem de fábrica com o escapamento adequado, e que qualquer alteração que aumente o nível de ruído é uma infração de trânsito.
A lei prevê que conduzir veículo “com descarga livre ou silenciador de motor de explosão defeituoso, deficiente ou inoperante” é uma infração grave, que gera multa de R$ 195,23, cinco pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e retenção do veículo para regularização.
A falta de fiscalização
Segundo Sergio Oliveira, diretor-executivo da Abraciclo, associação dos fabricantes de motocicletas, o problema é que as autoridades cobram que os fabricantes de motocicletas cumpram as regras, mas não há uma regulamentação nem fiscalização para os escapamentos que são vendidos no mercado paralelo.
Isso significa que a troca do escapamento não é proibida pela lei, desde que o novo equipamento mantenha as características originais em relação às emissões de ruídos e poluentes. Mas como saber se o escapamento é adequado ou não, se não há uma certificação, como no caso dos capacetes, para os escapamentos de motocicletas?
“Deveria existir um padrão estabelecido e certificação para esses escapamentos não originais”, defende o diretor da Abraciclo. Ele afirma que muitos dos escapamentos mais barulhentos são feitos artesanalmente, e não seguem nenhuma norma técnica.
Assim, escapamentos que emitem ruído excessivo são vendidos na internet e em lojas de motopeças sem nenhum controle. Essa é uma parte do problema, pois, além de barulhentas, essas motos com o escapamento só no cano poluem mais. Afinal, elas não têm catalisadores, que são dispositivos que reduzem as emissões de gases nocivos, exigidos por lei.
Os riscos para a saúde
Andar de moto com o escapamento só no cano não é apenas uma questão de gosto ou de estilo. É uma questão de saúde pública. O excesso de ruído pode causar danos à audição, ao sono, ao humor e ao bem-estar das pessoas.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o nível de ruído recomendado para a saúde humana é de até 50 decibéis durante o dia e de até 40 decibéis à noite. Acima disso, há riscos de problemas como estresse, irritabilidade, insônia, perda de concentração, aumento da pressão arterial e até infarto.
Além disso, a poluição sonora também afeta a fauna e a flora, prejudicando a comunicação, a reprodução e a sobrevivência de diversas espécies.
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Portanto, andar de moto com o escapamento só no cano não é uma atitude legal, nem responsável, nem respeitosa. É uma atitude que prejudica a si mesmo, aos outros e ao meio ambiente. Pense nisso antes de fazer essa modificação na sua moto.